
Ricardo de Castro Martins Vieira – Membro da Academia de Engenheiros Escritores de Alagoas
Em nossa vida, as experiências e experimentações são uma fonte inesgotável de conhecimento e vivência. É nos erros e acertos, individuais e coletivos, que construímos nossa personalidade e as características da sociedade em que vivemos. Mas nem um, nem outro, consegue atingir sua plenitude, pois a realidade é sempre mutável e, por ela, cada um de nós é chamado a enfrentar novos desafios, com criatividade e destemor. Assim como a nação é levada a enfrentar sempre novas dificuldades, a caminho para o futuro.
Mesmo quando passamos por momentos ruins, negativos, o aprendizado deles decorrente nos faz reconhecer um novo caminho e a vida nos permite sempre uma outra chance. Uma nova tentativa.
Numa perspectiva de sociedade, democrática e livre, entendo que nossas decisões coletivas são produto do conhecimento e expectativas, presentes no complexo conjunto de pessoas que formam a Nação. Assim, não há certo ou errado. Não há falta de patriotismo, ou irresponsabilidade com a pátria, se decidirmos, coletivamente por A ou B. Essa decisão, tomada a partir de regras democráticas e livres, não carrega erros já que não pode ser qualificada. É o que é: a decisão livre da maioria. Considerá-la correta ou errada implicaria num juízo de valor pessoal que é inaceitável para a realidade objetiva e coletiva.
E assim tem sido em todos os momentos que que fomos chamados a decidir pelo voto. Ora uma tendência, ora outra, assumem a responsabilidade de liderar e o faz com o melhor de suas possibilidades. O sistema democrático permite que, de tempos em tempos, façamos todos uma avaliação dos resultados obtidos, aprovando o caminho ou substituindo-o por outra senda.
O mais importante é que tal decisão é tomada pela maioria dos membros de nossa sociedade, dando-lhe absoluta credibilidade e validade. E o processo permite a ampla discussão, conhecimento e questionamento de todos, criando as condições necessárias para a escolha consciente e livre de cada um. Imaginar que nosso ponto de vista individual é o mais correto e que as demais opiniões são antipatrióticas ou amorais é erro comum e justificável apenas pelo envolvimento emocional que esses momentos naturalmente trazem. Mas devemos nos livrar destes sentimentos e entender que o melhor para nossa sociedade, a cada momento, é uma escolha coletiva que pode, ou não, coincidir com a nossa opinião. É assim que avançamos! E, em breve, teremos uma oportunidade de deixarmos a escuridão e buscar a luz.