

Com ou sem espinhos, mais, ou menos belas, comestíveis ou venenosas, perfumadas, mal cheirosas ou sem cheiro algum, são sempre flores, fazem parte do universo, ornamentam o mundo e nossas vidas, desde o início da história.
Silvestres ou cultiváveis, trazem em sua beleza, significados os mais diversos. Dão sentido às palavras e, principalmente, às emoções, além de terem a capacidade de representar e traduzir os sentimentos.
Acostumei-me a comparar as flores silvestres com o amor. Nascem espontaneamente e, por não serem plantadas, aparecem onde menos se espera, sendo de difícil controle e de grande força de ação.
O amor é um sentimento silvestre, simplesmente acontece. Invade os campos do coração, espalha-se indomável, não pede autorização, não apresenta justificativas, instala-se dominador, senhor absoluto de todos os sentimentos, sem medir consequências, sem delinear ou mensurar reações.
Falar de amor é como falar de felicidade ou de angustia é falar, de sentimento, de algo imaterial. Não conseguimos descrevê-lo, muito menos controlá-lo, apenas sentimos, sem que seja possível explicá-lo ou ter o menor domínio sobre o mesmo.
Amor é doação, através da qual, somos tomados pelos sentimentos da satisfação e da felicidade. Como fundamentar esse componente do amor? Como entender essa magia, na qual, o ato de dar supera o de receber, fazer a felicidade do outro, torna-se mais importante do que buscar a sua própria satisfação? Serão essas, verdades absolutas ou hipóteses questionáveis?
No meu ponto de vista, são verdadeiras essas afirmações, desde que entendamos que o ato de amar, independe do ato de ser amado. Para que eu ame, verdadeiramente, a doação e a entrega têm que ser total, absoluta, o que também deverá acontecer, se eu for amado. Através dessa via de mão dupla, onde “para cada ação, corresponde uma reação de mesma intensidade e sentido contrário”, entendemos o amor, em toda a sua plenitude.
Conhecidas e esclarecidas as duas situações distintas, a de amar e a de ser amado, ajuda-nos a entender a complexidade deste sentimento, na sua essência, sem, entretanto, ter a pretensão de querer desenvolver uma tese ou simplesmente, tentar explicar.
Quando nos referimos ao amor, podemos afirmar, com absoluta convicção, quão equivocada é a afirmação “NEM TUDO SÃO FLORES”. Se é amor, se realmente existe o amor, na verdadeira expressão da palavra, nada como as flores para representá-lo, na sua beleza, singeleza e sentimento pois, no amor, tudo são flores.
Alfredo Gazzaneo Brandão
19 de setembro de 2022