Aloísio Ferreira de Souza

UMA HISTÓRIA DE PAIXÃO

Era uma tarde de Primavera no mês de setembro de 1985 se bem me lembro, como sempre fazia, estive no Crea presidido na época por Ricardo Ramalho lá me encontrei com o amigo Luiz Gonzaga de Melo Costa e como sempre fazíamos, para bater um bom papo e falar dos problemas da engenharia e outros temas comuns da nossa profissão, era sempre uma boa conversa com o Gonzaga como era mais conhecido. Gonzaga conversava muito e como um profundo conhecedor das histórias da política alagoano, sempre nos atualizava com seus relatos, uma pessoa humana muito tranquila, grande profissional e um fazedor de amigos. Sempre saíamos das conversas muito bem-informado.

Nesse dia falávamos sobre renovação do Terço de Conselheiros para representação do Clube no Crea e como a forma de escolha foi sempre por eleição e já naquela época existia uma grande disputa no Clube. Nessa oportunidade fomos incentivados por Gonzaga a disputar uma vaga como Titular e sugeriu o nome do Judson Cabral como Suplente, apesar de minha ponderação em participar topei a parada. Esse episódio foi o começo de tudo, minha história de paixão.  No dia seguinte procurei Judson, apesar de pouca aproximação com ele, acertamos e formamos a chapa e partimos para campanha como sempre no corpo a corpo, na época não existia celular nem redes sociais apenas telefone fixo.

Essa eleição foi a mais concorrida da história do Clube com 215 participantes saímos vencedores com uma margem superior a 52 votos. O pleito eleitoral foi realizado em 14 de outubro de 1985 no Jaraguá Tênis Clube, sede provisória do CEA, tendo a Junta Eleitoral sido presidido por José Lopes Machado Botelho. Ao final da eleição no procedimento de conferência e contagem dos sufrágios apareceu um voto a mais e outro com propaganda de um candidato, nesse momento um colega, conhecido por gostar de encrenca, defensor da chapa concorrente queria impugnar a eleição.

 José Lopes Botelho foi firme com autoridade de presidente da Junta Eleitoral propôs um acordo entre as chapas concorrentes no sentido de que, se a diferença fosse inferior a três votos a eleição seria anulada. Com o acordo firmado procedeu-se a contagem resultando numa vantagem de cinquenta e dois votos favorável à nossa chapa sendo, portanto, declarada vencedora uma vez que dois votos anulados não influenciaram no resultado. No dia seguinte descobriu-se que um dos votos a mais fora de Pedro Soares Camelo que havia votado e não assinou a lista de presença e tudo acabou em gozação.

A partir desta eleição iniciei uma Longa Jornada que passo agora a contar neste livro que pretendo deixar como legado aos colegas que comigo conviveram, desejando incentivar os novos profissionais a manter a chama do associativismo em prol do desenvolvimento da engenharia alagoana e brasileira.